Texto original: Hannah MacCiemme – Formatação e revisão: DeepSeek AI | Ilustração: Wombo Dream, Pastel v3

Vivemos em uma era onde o tempo parece escorrer entre nossos dedos, especialmente quando estamos imersos nas redes sociais. Essas plataformas, que deveriam ser ferramentas de conexão e conhecimento, muitas vezes nos aprisionam em um ciclo infinito de distrações, notícias irrelevantes e uma superexposição a conteúdos que não agregam valor algum à nossa vida. Passamos horas rolando feeds, consumindo informações sobre violência, subcelebridades, polêmicas vazias e uma enxurrada de opiniões que, na maioria das vezes, só servem para ocupar nossa mente com coisas que não nos levam a lugar nenhum.
Essa exposição constante cria um senso de urgência artificial, como se precisássemos estar sempre atualizados sobre tudo, o tempo todo. Mas, no fim do dia, o que resta é uma sensação de vazio, perda de tempo e, muitas vezes, medo. Medo de estar perdendo algo, medo de não ser suficiente, medo de não acompanhar o ritmo acelerado do mundo digital. E, enquanto isso, nossa atenção é sequestrada por algoritmos que priorizam o engajamento a qualquer custo, mesmo que isso signifique alimentar ódio, polarização e desinformação.
A internet, sem dúvida, é uma das ferramentas mais poderosas já criadas pela humanidade. Ela tem o potencial de democratizar o acesso ao conhecimento, conectar pessoas de diferentes culturas e abrir portas para o aprendizado e o entretenimento de qualidade. No entanto, subutilizamos esse potencial. Em vez de explorar cursos online, bibliotecas digitais, documentários ou discussões enriquecedoras, nos perdemos em redes sociais manipuladas, repletas de propagandas disfarçadas, influenciadores superficiais e conteúdos que não passam de ruído digital.
Eu, particularmente, cheguei a um ponto de saturação. Decidi dar um tempo de aplicativos como o Instagram, onde não suporto mais as diretrizes da Meta e a forma como a plataforma transformou o mundo em um espaço hostil, cheio de ódio, haters e manipulação da verdade. Parece que, a cada scroll, somos bombardeados com imagens perfeitas que nos fazem sentir inferiores, com discussões inflamadas que só geram mais divisão, e com uma sensação constante de que nunca estamos à altura do que é mostrado ali.
Por isso, estou entrando em uma nova fase. Uma fase de desintoxicação digital. Voltei a dedicar tempo aos meus estudos de Design Gráfico, uma paixão que havia deixado de lado. Estou resgatando o prazer de assistir filmes em DVD, sem a distração de notificações ou a tentação de pausar para checar o celular. E, principalmente, estou redescobrindo a magia dos livros impressos, da textura do papel, do cheiro das páginas e da imersão que só uma boa leitura pode proporcionar.
Estou cansada da sobrecarga de telas, da necessidade constante de estar conectada, da pressão para consumir e produzir conteúdo o tempo todo. Preciso de um tempo comigo mesma, para refletir, criar e simplesmente existir sem a interferência do mundo digital. Não tenho data para voltar às redes sociais, e talvez nem volte da mesma forma. Mas isso não significa que estarei alheia ao que acontece no mundo. Pelo contrário, pretendo acompanhar as mudanças e evoluções, mas de longe, sem interação direta, sem me deixar levar pela correnteza de informações tóxicas.
Aos que estão lendo isso, deixo um convite: reflitam sobre o tempo que dedicam às redes sociais e como isso impacta sua vida. Será que você está usando a internet como uma ferramenta de crescimento ou está apenas sendo consumido por ela? Sigam seus caminhos, busquem o que realmente importa e, juntos, podemos fazer desse espaço digital um lugar melhor, mais humano e significativo.
Enquanto isso, eu sigo minha jornada de redescoberta, longe das telas, mas cada vez mais perto de mim mesma.
